TRILHA SONORA
Tema para PAPILLON (Jerry Goldsmith)
Em relação à técnica, é lícito citar a trilha sonora que ganhou bastante destaque naquele tempo – e prêmios, inclusive. O tema do longa foi indicado ao Oscar e é obra de Jerry Goldsmith, responsável por boa parte da trilha sonora de Jornada nas Estrelas e de “Allan Quatermain e a Cidade de Ouro Perdido”. É uma trilha leve e dramática que caiu no gosto do público!
Papillon - 1973
Um dos filmes mais adoráveis que já tive o prazer de assistir. Papillon é um filme comovente, ao menos aos meus olhos, porque, em primeiro lugar, traz à tela um ator que estimo muito, Steve McQueen, que tinha o fino talento de personificar como ninguém sujeitos obcecados. Seja um piloto, como em “24 Horas de Le Mans”, seja um “tira” linha dura como em “Bullit”, ou como um criminoso deportado para uma ilha penal esquecida na América Central, cuja única e inamovível ideia é a fuga.
Considerando que “Papillon” tem já quase 40 anos é improvável que
você tenha tropeçado nele na Sessão da Tarde. Por outro lado, com
bastante probabilidade, deve ter visto “Um Sonho de Liberdade”, com Tim
Robbins e Morgam Freeman. É quase a mesma coisa: um sujeito preso, uma
amizade que floresce na cadeia e a luta diária desse sujeito para não
enlouquecer e fugir.
Mas as semelhanças param por aí. Papillon é um assassino condenado a
prisão perpétua na inescapável “Ilha do Diabo”, uma colônia penal no
litoral da Guiana Francesa. A história se passa nos anos 1930 e o
registro consta do livro do verdadeiro Papillon, Henri Charrière.
Steve McQueen veste o personagem com grande simplicidade. Foram
praticamente feitos um para o outro. A cada tentativa de fuga que acaba
em malogro, Papillon tenta novamente, e novamente, e novamente. Se
submete a uma solitária onde a luz não entra, em um cárcere desumano que
dura dois anos. Mas sai de lá sempre com a ideia fixa, a fuga, a
liberdade. O corpo vai debilitando, a idade acumulando e o tempo
passando, mas Papillon é como uma força da natureza: a liberdade para
ele é um imã e ele não consegue resistir. Papillon fora enviado à prisão
com uma sentença de 20 anos que suas numerosas tentativas de fuga
aumentaram muito.
É impressionante a atuação de Steve McQueen neste que é um dos
grandes trabalhos de sua carreira. Sua postura ao personificar cada
estágio do crescimento e vida da personagem não destoa em um só instante
da noção de claustro que o filme exige do espectador. O filme, para
alguns, é um pouco longo demais, mas mesmo a duração da fita que pode
ser considerada excessiva, deve ser relevada em virtude do
custo/benefício do filme, de sua história e de suas personagens.
E o mais importante deles é Papillon. A relação dos dois começa na
toada comercial de contrato de serviços, mas logo extrapola, tornando-se
em uma amizade para toda a vida. “Papillon” apresenta uma jornada
maiúscula de vida, aventura, persistência e adaptabilidade a uma vida
sob pressão e em situações extremas. Todos estes ingredientes bem
dosados e ministrados no momento certo, fazem deste filme um clássico
irresistível a qualquer audiência.
Steve McQueen
Em relação à técnica, é lícito citar a trilha sonora que ganhou bastante destaque naquele tempo – e prêmios, inclusive. O tema do longa foi indicado ao Oscar e é obra de Jerry Goldsmith, responsável por boa parte da trilha sonora de Jornada nas Estrelas e de “Allan Quatermain e a Cidade de Ouro Perdido”. É uma trilha leve e dramática que caiu no gosto do público e que você pode ouvir aqui.
Em termos de direção, a responsabilidade coube a Frankin J. Shaffner,
que assina também filmes importantes como “Patton: Rebelde ou Herói?”,
“Meninos do Brasil” e “Planeta dos Macacos”, o original, dos anos 1960 e
com Charlton Heston no elenco. Shaffner conduziu um filme com roteiro
promissor e elenco espetacular a um bom termo, deu os contornos tão
intensos da trajetória de Papillon de uma forma equilibrada e que faz do
filme um clássico indisputável do cinema.
Dustin Hoffman e Steve McQueen em Papillon, 1973
“Papillon” é um filme de jornada. Uma história única, de uma prisão monstruosamente desumana e que realmente existiu. Conta a obceção de um homem pela ideia de liberdade e mostra que, a cada debacle, a cada passo em falso, a cada queda, ele volta e faz tudo de novo. Papillon resgata aqueles tipos de valores e qualidades que todas as pessoas, se não imaginam ter, adorariam poder ostentar: determinação, capacidade, vontade, força e persistência.
E ao evocar essas qualidades, de maneira convincente e bastante
eficiente, o filme ressalta o que há de humano em nós, nos contrapondo
com nossas incapacidades, defeitos e fraquezas. A história toda de
“Papillon” é um convite às qualidades mencionadas no parágrafo anterior,
mas é também um lembrete de que nem todos as temos em doses
industriais como o francês fujão que, e isso todos em maior ou menos
grau compartilham com a personagem, viveu uma vida de obceção pela ideia
e pelo usofruto da liberdade.
CRÉDITO DO TEXTO: Grandes filmes que eu vi
Um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos. A
impressionante determinação de um homem em se libertar das grilhetas que
o mantém preso por um crime que sempre declarou ser inocente. Steve
McQueen é Henri Charriére, conhecido como Papillon. Acusado e condenado
por homicídio tentou por várias vezes a sua sorte em arriscadas fugas,
até finalmente conseguir. Dustin Hoffman é Dega, o seu parceiro de
prisão. Um hino à coragem, determinação e disciplina e
principalmente ao que um espírito verdadeiramente livre e indestrutível
pode conseguir face a desafios terríveis.
ELENCO E FICHA TÉCNICA
Elenco: Steve McQueen, Dustin Hoffman, Victor Jory,
Don Gordon e Anthony Zerbe
Genero: Drama, Biografia
Diretor: Franklin J. Schaffner
Roteiro: Dalton Trumbo e Lorenzo Semple Jr
em adaptação ao livro de Henri Charrière
Música: Jerry Goldsmith
País e Ano: Estados Unidos - 1973
PRÊMIOS
Uma indicação ao Oscar: melhor música original, e uma indicação ao Globo de Ouro para Steve McQueen, como melhor ator.
CURIOSIDADES
Papillon existiu de verdade. Há relatos
que dão conta de que teria de fato escapado e se estabelecido como
próspero fazendeiro em algum lugar do norte do Brasil.
A análise desse filme fantástico é irreparável, inclusive a relação com "Um sonho de liberdade".
ResponderExcluirMuito bom
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