13 de dezembro de 2014

Três Homens em Conflito / O Bom, O Mau e O Feio, (1966)





TRILHA ORIGINAL
The Good, the Bad and the Ugly (Ennio Morricone)
Ouçamos ainda Leone sobre a utilização da música de Morricone: "Também desejava que a música raiasse o barroco, que não se limitasse à repetição entrecruzada do tema de cada personagem. Por vezes fazia tocar a música no local das filmagens. Isso criava a atmosfera da cena, influenciando a representação dos actores. Clint Eastwood gostava muito deste método."



Três Homens em Conflito (The Good, the Bad and the Ugly) 1966

Na arena implantada no centro de um cemitério, Clint Eastwood, Lee Van Cleef e Eli Wallach afastam-se lentamente para a periferia do círculo. É o início do trielo final de “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo”, o momento crucial das grandes decisões, o apogeu do estilo de Leone. Progressivamente a câmara vai-nos dando planos dos três homens enquanto a música de Morricone confere às imagens um sentido coreográfico. Os sucessivos close-ups vão perscrutando tudo, até aos mais ínfimos pormenores: o levantar de uma sobrancelha, o piscar de um olho, o retrair de um dedo, a passagem de uma língua por uns lábios secos. A teatralização da realização passa por uma descrição fetichista das posturas e um alongamento temporal da situação até ao seu rápido desenlace. 

Clint Eastwood
Sergio Leone, para infelicidade de todos os seus fans, apenas assinou a realização de 7 filmes na sua meteórica carreira. Mas esses sete magníficos ficarão para sempre com um lugar cativo na história do Cinema. Este “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo” é o quarto, o do meio da balança, e o capítulo final daquela que ficou conhecida como a trilogia dos dólares (“Per Un Pugno Di Dollari / Por Um Punhado de Dólares” em 1964 e “Per Qualche Dollari in Più / Por Mais Alguns Dólares” em 1965, foram os dois primeiros). O êxito europeu desses primeiros filmes desperta o interesse de Hollywood e a United Artists resolve financiar Leone com um orçamento de mais de um milhão de dólares, antecipando já a estreia conjunta dos três filmes nos Estados Unidos (o que viria a acontecer entre Fevereiro de 67 e Janeiro de 68). Muito ao estilo americano o herói dos três filmes é batizado de “The Man With No Name” (certamente por causa da campa sem nome no final do último filme), mas sobretudo é o nome de Clint Eastwood que é projetado para o estrelato. Foi o primeiro personagem que no imaginário coletivo se tornou sinonimo do ator norte-americano. O segundo viria alguns anos depois, em 1971, quando Don Siegel deu vida pela primeira vez ao inspector Harry Callahan.

Lee Van Cleef 

Muito provavelmente pelo desafogo econômico que Hollywood lhe concedeu Leone, para além de se preocupar em manter a continuidade do estilo patenteado nos dois filmes anteriores, tenta inovar e aperfeiçoar esse mesmo estilo. A ambição é agora muito maior e ganha forma no cruzamento entre duas histórias (a dos três protagonistas e a da Guerra da Secessão) que, aos poucos, se irão unir, antes de se fundirem na sequência final do cemitério. Ao fim e ao cabo é a própria Guerra da Secessão que Leone utiliza para aprimorar as suas personagens, ao mesmo tempo que denuncia o cinismo absurdo dos senhores da guerra que, de olhos cravados em cartas militares, enviam milhares de homens para a frente de batalha.

Leone mantém com a guerra uma relação contrária à que tem com o western. Glorifica os personagens deste seu gênero predileto mas desmistifica o heroísmo guerreiro. O capitão nortista (Aldo Giuffrè), responsável por manter uma posição inútil explica a Tuco e a Blondie o que deve fazer um bom estratega, mostrando por que motivo a garrafa de whisky é a melhor arma do soldado.

Eli Wallach

Desde muito cedo que o cemitério de Sad Hill se equaciona como o final da jornada para os três homens. Mas entre o momento em que descobrimos que o espólio está lá enterrado e o momento em que, finalmente, lá chegamos, o significado do cemitério foi alterado no nosso pensamento. O filme encarregou-se de nos lembrar que, num cemitério, há mais cadáveres de soldados mortos do que tesouros enterrados. «A ideia de arena era central», explica Leone: «uma ideia mórbida já que eram os mortos que viam o espetáculo. Fiz mesmo questão de que a música fizesse lembrar o riso dos cadáveres, no interior dos túmulos»

E Leone conclui: «Mesmo antes da sequência da arena imaginei a cena onde Clint encontra o poncho perto do jovem sulista em agonia. E fiz com que o vestisse. É o mesmo poncho que traz nos dois primeiros filmes. Posteriormente, quando liberta Tuco, afasta-se com este poncho. Vai ao encontro das aventuras anteriores. Vai para o Sul, para viver as histórias dos outros filmes. E o círculo fecha-se. A trilogia funciona num círculo fechado»


Ouçamos ainda Leone sobre a utilização da música de Morricone em “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo”: «A música tinha uma importância permanente nesse filme. Podia ser o próprio elemento de uma ação. É o caso da sequência do campo de concentração. Uma orquestra de prisioneiros que tem de tocar para abafar os gritos dos torturados. Por vezes tinha de acompanhar as quebras de ritmo, como a chegada da carroça-fantasma, no deserto. Também desejava que a música raiasse o barroco, que não se limitasse à repetição entrecruzada do tema de cada personagem. Por vezes fazia tocar a música no local das filmagens. Isso criava a atmosfera da cena, influenciando a representação dos actores. Clint Eastwood gostava muito deste método.» Uma vez mais os gênios de Leone e Morricone se misturaram, ao ponto de não conseguirmos dizer onde acaba a música e começa o filme e vice-versa. O tema principal evoca de imediato o nome do filme, mesmo a quem nunca o tenha visto. A cena em que Tuco corre à volta do cemitério ao som de “Ecstacy of Gold” é pura poesia. E o duelo final, a seis mãos, é orquestrado de modo sublime.


É com “Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo” e “C’era Una Volta Il West”, realizado dois anos depois, que a reputação de Leone atravessa todas as fronteiras, afirmando-o como uma lenda cinematográfica. Nestas duas obras reescrevem-se as regras do western, a sua mitologia e todos os seus códigos são reavaliados. E ao mesmo tempo reconciliam o grande público com o cinema de autor. Lembre-se a propósito o que escreveu o jornalista Baptista-Bastos: «A grande aventura cultural de Sergio Leone não surge, isoladamente, da perspectiva histórica: nela se insere e fortalece. Não há “cinema-Spaghetti”, como não há “cinema-sardinha assada”. Há expressões culturais que se definem pela sua grandeza, pela sua audácia e pelo impulso que dão a outras relações humanas, portanto política, portanto sociais. Leone pertence a essa história. À nossa história»



TRILHA ORIGINAL2
The Ecstasy Of Gold (Ennio Morricone)
Uma vez mais os gênios de Leone e Morricone se misturaram, ao ponto de não conseguirmos dizer onde acaba a música e começa o filme e vice-versa. O tema principal evoca de imediato o nome do filme, mesmo a quem nunca o tenha visto. A cena em que Tuco corre à volta do cemitério ao som de “Ecstacy of Gold” é pura poesia. E o duelo final, a seis mãos, é orquestrado de modo sublime.

The Ecstasy Of Gold 
Susanna Rigacci com Ennio Morricone e Orquestra




CURIOSIDADES

- O filme foi rodado na Itália e Espanha e tirando os atores principais ninguém mais falava inglês, os restantes intervenientes expremiam-se nas línguas de origem (italiano ou espanhol), tendo por isso mesmo sido todos dobrados para a versão inglesa.

- O poncho que Clint Eastwood usa nos três filmes é o mesmo, nunca tendo sido limpo

- Toda a sequência da escolha da arma por Tuco é completamente improvisada. Por não perceber nada de armas Eli Wallach foi autorizado a fazer o que muito bem entendesse.

- É considerado pela crítica e pelos fãs como um dos melhores westerns de toda a história do cinema.


- No filme Eastwood também contou com a sorte. Em seguida à explosão da ponte, quando os atores estavam abarricados, uma rocha chocou-se com violência contra um saco de areia muito próximo de Eastwood. Talvez daí Werner Herzog tirou a ideia de que para um filme ser bom alguém tem que quase morrer.

- Três Homens em Conflito é o último filme da trilogia que Clint Eastwood fez com o diretor Sergio Leone. Os demais filmes foram Por um Punhado de Dólares (1964) e Por uns Dólares a Mais (1965).


CARTAZES DO FILME 







Três Homens em Conflito (The Good, the Bad and the Ugly) 1966

SINOPSE
O lendário astro Clint Eastwood o Homem Sem Nome nesta aventura do faroeste que possui intensa ação e interpretações de primeira. Durante o auge da Guerra Civil, um misterioso pistoleiro (Eastwood) vaga pela fronteira do oeste. Ele não possui um lar, lealdade ou companhia... Até que encontra dois estrangeiros (Eli Wallach e Lee Van Cleef), que são tão brutos e desapegados quanto ele. Unidos pelo destino, os três homens juntam suas forças para tentar encontrar uma fortuna em ouro roubado. Mas trabalho em equipe não é uma coisa natural para voluntariosos pistoleiros, e eles logo descobrem que seu maior desafio é concentrar-se em sua perigosa missão - e em manterem-se vivos - atravessando um país arrasado pela guerra. Sem sombra de dúvida, o western mais ambicioso e influente já produzido, Três Homens Em Conflito é uma aventura audaciosa que mudou para sempre o futuro do gênero.





TRAILER



ELENCO E FICHA TÉCNICA
Elenco: Clint Eastwood,  Lee Van Cleef 
 Eli Wallach,  Luigi Pistilli
 Rada Rassimov,  Enzo Petito 
Direção: Sergio Leone
Roteiro: Luciano Vincenzoni (história e roteiro), 
Sergio Leone (história e roteiro), Agenore Incrocci (roteiro), Furio Scarpelli (roteiro)
Música: Ennio Morricone
Direção de fotografia: Tonino Delli Colli
Figurino: Carlo Simi
Edição: Eugenio Alabiso/Nino Baragli
Produção: Alberto Grimaldi
Gênero: Faroeste
Origem e Ano: Espanha/Itália - 1966

11 de dezembro de 2014

O Iluminado, (1980)






Midnight, The Stars And You 
Al Bowlly (Vocal ) e Ray Noble and His Orchestra 
Claro que foi uma licença artistica usar "Midnight, The Stars And You" de Al Bowlly & Ray Noble Orchestra cantando em um ballroom na swinging London, e quando termina o filme mostrando a  foto no hotel datada de 1921, mas a música originalmente tem como data de sua gravação o ano de 1932. Bowlly só chegou a Londres em 1928, era moçambicano, nasceu em Lourenço Marques, então colonia portuguesa. Mas a maioria das musicas foram feitas por Krzysztof Penderecki, na época foi considerada a trilha sonora mais assustadora de filme de terror, dando uma sensação de ação e terror nos gestos dos atores e nos sons. Assim aumentando mais o terror psicológico do filme. As Musicas  Utrenja - Ewangelia e Utrenja - Kanon Paschy (sabe aquelas do final onde Wendy se encontra com o cara e o urso no quarto...) na verdade eles cantam sobre a procissão de Cristo em holandês, de uma forma bem  sinistra...


O Iluminado (The Shining) - 1980


Stanley Kubrick, figura rara dentro da história do cinema, teve a carreira marcada pela sua postura cética a respeito do ser humano, e por ser dono de uma estilística incomparável, que sempre buscava a perfeição em cada take. Visto pela crítica como um diretor extremamente intelectual, Kubrick tinha um tema recorrente em suas produções: a guerra. Com o passar dos anos, a fórmula pesada que o diretor utilizava, começou a criar um certo desgosto por parte do público, fazendo com que o diretor deixasse os EUA, e caminhasse para a Inglaterra, onde trabalhou até seus últimos anos de vida.


Depois de realizar alguns trabalhos na fase britânica, dentre eles: "2001 - Uma Odisseia no Espaço" e "Laranja Mecânica", obras que consagraram a filmografia do diretor, Kubrick parte para uma temática que, até então, era incompatível com o seu perfil intelectual. Como já era de se esperar, a crítica apedrejou "O Iluminado". O diretor chegou a ser criticado pelo próprio Stephen King, autor do livro no qual o filme foi baseado, que considerava Kubrick como um homem muito frio, incapaz de trazer uma abordagem agradável, para um tema tão impactante. Anos depois, após toda essa resistência, "O Iluminado" começava a ganhar seu verdadeiro reconhecimento, provando que Kubrick era dono de uma versatilidade invejável, e que estava pronto para deixar o espectador boquiaberto, a cada filme que fosse produzido.



Início do rigoroso inverno americano. Jack Torrance (Jack Nicholson) é contratado para passar alguns meses, dentro de um hotel, juntamente com a sua esposa (Shelley Duvall) e seu filho (Danny Lloyd), para cuidar das dependências do local, durante essa estação do ano. O que parecia ser uma boa experiência para o pai de família, que buscava mais tranquilidade para escrever o seu livro, acaba virando um pesadelo terrível, quando a solidão acaba afetando o convívio dos três. Cercados de neve por todos os cantos, o hotel vira palco de acontecimentos inexplicáveis, onde a loucura perambula pelos longos corredores. Deslumbrante em cada take. Uma atmosfera tão pesada, que o espectador fica tenso, vendo apenas uma tela preta, com as seguintes palavras: Terça-Feira. Belíssima observação de Janet Maslin, crítica do New York Times, que defendia o trabalho do diretor americano, e, principalmente, sua mudança de estilo.



Com um roteiro sólido, e com certas modificações, em relação ao material que deu origem ao filme, Kubrick consegue conduzir o filme da maneira mais correta possível, acertando em cheio, ao utilizar certa ambiguidade no desenvolvimento da estória. Até um determinado ponto crucial do filme, o espectador não consegue saber se tudo aquilo que acontece pode ser justificado pela insanidade do personagem de Jack Nicholson, ou se o hotel é palco de atividades sobrenaturais. Essa dúvida é solucionada, entretanto, no belo desfecho, o diretor dá espaço para outras abordagens possíveis. Kubrick termina o seu filme, mas deixa o espectador pensando por horas. Para uma pessoa tão fria, como Stephen King comentou, o americano conseguiu criar um universo de proporções indescritíveis.



O trabalho de câmera é fundamental para aprimorar a atmosfera soturna. Com o uso predominante da steadicam, que proporciona uma filmagem sem os trancos gerados pelos movimentos do corpo, além de facilitar o movimento entre os cenários, sem a utilização de cortes, o diretor opta por uma filmagem com planos abertos, para aumentar o sentimento de solidão, dentro de cada cena. As proporções dos cenários e dos personagens, colaboram para esse vazio aterrorizante. Outra técnica utilizada, é a de filmar os personagens de costas, como se os mesmos estivessem sendo perseguidos. O espectador, devido ao clima criado, encara a filmagem de forma subjetiva, sempre esperando alguém aparecer, mas não, Kubrick apenas vai preparando o espectador para os próximos minutos.



Costumam dizer que o papel de Jack Nicholson, em "O Iluminado", marcou a sua carreira. Quem diz isso, está coberto de razão. Kubrick se preocupava muito com os atores que escalava para os seus filmes, e quando escolheu Jack Nicholson para viver o personagem Jack Torrance, o diretor disse que encontrou a pessoa mais apropriada, afinal de contas, sua aparência já trazia um diferencial assustador. Por mais que um ator tente trabalhar suas feições, jamais vai superar algo que é natural. O profissionalismo do ator acabou encantando o diretor, durante o período das gravações. Nicholson foi além do que o roteiro dizia, improvisando em certos takes, e trazendo um charme a mais, para a produção.


Na antológica cena em que o seu personagem quebra a porta com um machado, e Jack aproxima o rosto do vão, dizendo: "Here's Johnny!", notamos uma ligação com a abertura do programa de Johnny Carson, que era bem famoso, na TV americana. Em outro momento que Jack extravasa os limites do roteiro, é a cena em que ele joga a bola de tênis contra as paredes do saguão. Neste caso, o roteiro apenas anunciava: Jack não está trabalhando. Uma atuação brilhante. É impossível imaginar outro profissional na pele de Jack Torrance.



A escolha de Shelley Duvall também seguiu o padrão supracitado. O diretor dizia que sua aparência era a mais pura representação da impotência, e ele precisava de uma atriz que demonstrasse uma degradação psicológica extremamente verossímil. Por causa do seu perfeccionismo, e da sua intenção de buscar a espontaneidade do seu elenco, Kubrick fazia questão de gravar os mesmo takes, por mais de 30 vezes. Essa atitude do diretor, acabava frustrando os atores. Em certa cena em que Scatman Crothers - interpretando o personagem Dick Hallorann - participa, o americano fez com que ela fosse rodada mais de 40 vezes, fazendo com que o ator veterano começasse a chorar, devido ao imenso desgaste. Outro grande atrativo do elenco era o jovem Danny Lloyd. Como a estória de "O Iluminado" tinha um forte tom macabro, o diretor organizou as cenas em que ele aparecia, para serem gravadas de forma rápida, e sempre com a presença dos pais. Como o garoto tinha apenas 7 anos, Kubrick fazia questão de protegê-lo contra qualquer choque que ele pudesse ter, por perceber a verdadeira temática de sua produção. Essa ligação dos dois, acabou gerando um grande companheirismo entre eles.



A cenografia de "O Iluminado" é mais um dos grandes atrativos da obra. Para decidir os melhores ambientes possíveis, o desenhista de produção, Roy Walker, entrou em cena, pedindo para que diversos fotógrafos tirassem fotos dos mais diversos hotéis que conheciam. Com base nessas fotos, começaram a montar os cenários do filme. Elogiar esse quesito, é fundamental. O clima não seria o mesmo, sem a combinação da direção de arte, com a fotografia. A caracterização de cada ambiente é minuciosa, e conquista o público pelo trabalho apurado. Da cena do luxuoso baile, às tomadas exteriores. O perfeccionismo de Kubrick é uma grande qualidade, sem dúvida alguma. Sobre a fotografia, ressalto o incrível jogo de luzes. Adotam uma tonalidade que remete ao fantasmagórico, dando destaque para as cenas do labirinto. Tudo é friamente calculado para causar um verdadeiro efeito pertubador, no espectador. Por mais que os ambientes sejam espaçosos, acabamos presenciando algo de caráter claustrofóbico, mediante ao produto de imagem e som, trabalhando juntos. Formada por composições de vários músicos, como por exemplo: Krzysztof Penderecki, que também contribuiu para "O Exorcista", de William Friedkin, a trilha sonora acompanha o ritmo do filme, com suas notas que alternam entre o depressivo e o lúgubre.



Uma experiência cinematográfica divina. Um passeio marcante entre a insanidade e o sobrenatural, protagonizado por personagens que beiram a loucura, amedrontando e fascinando o espectador, ao mesmo tempo. A resistência da crítica não passava de um mero protesto contra a mudança repentina do diretor, entretanto, quando estamos falando de uma obra-prima, nada consegue ofuscar os seus lampejos. O americano, começando pelos quesitos básicos, consegue levantar mais uma das produções que marcaram sua carreira. Por mais que o seu perfeccionismo, por vezes, fosse encarado de forma negativa, não dá pra negar que outro diretor dificilmente teria o mesmo apreço, seja com a filmagem, com a estética, ou até mesmo, com a escolha a dedo, do seu elenco. Pela frente das câmeras, brilhou Jack Nicholson, por trás das câmeras, brilhou um gênio, chamado: Stanley Kubrick. 






CARTAZES DO FILME






CURIOSIDADES
Quando ainda estava em busca de um novo projeto para o cinema, Stanley Kubrick pesquisou vários livros até achar um que o interessasse. Foi quando, ao pesquisar nos livros que estavam em seu próprio escritório, ele encontrou "The Shining", de Stephen King, resolveu lê-lo e, posteriormente, transformá-lo em filme.

No livro "The Shining" o apartamento onde o filme se desenrolava era o de número 217. Atendendo a um pedido do dono do hotel onde O Iluminado foi filmado, que temia que as pessoas não alugassem o quarto 217 por causa do filme, o número do apartamento foi alterado para 237, inexistente no hotel em que o filme fora rodado. 

 Stanley Kubrick rodou nada mais nada menos do que 127 vezes uma cena com a atriz Shelley Duvall, até que ela ficasse do jeito como o diretor queria.

Durante o making of de O Iluminado era comum o diretor ligar de madrugada para o escritor Stephen King e fazer-lhe perguntas tipo se ele acreditava em Deus.

Sempre que o personagem Jack Torrance falava com um "fantasma" no filme havia um espelho em cena.



O fato quase não é mencionado no filme, mas o hotel Overlook havia sido construído em cima de um cemitério indígena. Na época das obras, muitos índios foram mortos. Há quem interprete o filme como a história da extermínio dos índios americanos .

O diretor, famoso por sua compulsividade e perfecionismo, conseguiu filmar a cena do sangue no elevador em apenas três tomadas. Fácil? Que nada! Foram nove dias só para preparar a cena. Ele teria dito várias vezes: “não parece sangue”. Segundo o livro dos recordes, “O Iluminado” é imbatível no quesito número de tomadas por uma cena. Na cena em que Wendy foge de Jack pela escada, foram 125 tomadas.

As cenas de Danny andando de velocípede foram feitas com steadicam (um aparelho usado na cintura do cinegrafista onde é acoplada a câmera para que ela não trepide). O longa foi o primeiro a utilizar o equipamento.


A trilha sonora do filme de 1980, a maioria das musicas foram feitas por Krzysztof Penderecki, na época foi considerada a trilha sonora mais assustadora de filme de terror, dando uma sensação de ação e terror nos gestos dos atores e nos sons. Assim aumentando mais o terror psicológico do filme.

As Musicas  Utrenja - Ewangelia e Utrenja - Kanon Paschy (sabe aquelas do final  onde Wendy se encontra com o cara e o urso no quarto...) na verdade eles cantam sobre a procissão de Cristo em holandês, de uma forma bem  sinistra...



CENA DO FILME
Here's Johnny! (The Shining)



O Iluminado (The Shining) - 1980

SINOPSE
Jack Nicholson é o escritor que se muda com a família para um hotel que permanece fechado durante o inverno. Ele só quer um lugar tranquilo para escrever. Mas tranquilidade é a última coisa que ele e o espectador vão encontrar. Com a direção precisa de Stanley Kubrick, que gera medo só de passear com a câmara pelos corredores e espaços vazios do hotel este clássico do terror se baseia em uma história de outro mestre, Stephen king. É impossível ficar imune à interpretação alucinada e arrepiante de Nicholson e à delirante transformação de seu personagem.



ELENCO E FICHA TÉCNICA 
Elenco:  Jack Nicholson, Shelley Duvall, 
Danny Lloyd, Scatman Crothers,
Barry Nelson, Philip Stone, Joe Turkel
Direção: Stanley Kubrick
Produção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick,
Diane Johnson
País e Ano - EUA - 1980
Gênero: Terror psicológico
Baseado em: O Iluminado de Stephen King
Montagem: Ray Lovejoy
Música: Wendy Carlos e Rachel Elkind
Fotografia: John Alcott



9 de dezembro de 2014

O Baile, (1983)




TRILHA ORIGINAL
La Paloma (Vladimir Cosma)

A multiplicidade de ritmos que invade "O Baile" garante à obra uma postura universal, muito além da história da França. Temos de tudo um pouco: clássicas baladas do começo do século passado, jazz, rumba, tango, rock’n roll, disco dance e até um samba de Ary Barroso (Aquarela do Brasil). Um pot-pourri e tanto! As músicas deixam de ser apenas um detalhe técnico para se tornarem personagens.



O Baile (Le Bal), (1983)


O Baile, de Ettore Scola
Avistamos, inicialmente, globos de espelhos. Em seguida, é apresentado o único cenário do filme: uma espaçosa pista de dança, rodeada por mesas e cadeiras e um balcão de bebidas, uma escadaria ao fundo. Eis que os atores vão surgindo. Primeiro, as mulheres, uma a uma; depois, os homens vêm, formam uma fila e descem os degraus simultaneamente. Todos, ao entrar, dirigem-se ao grande espelho do outro lado do salão para se observar, conferir se o cabelo e a roupa estão nos conformes. Nenhuma palavra é proferida, há somente olhares e gestos.


Não vi todos os filmes do italiano Ettore Scola, mas O Baile é, muito provavelmente, o projeto mais criativo de sua carreira. A ausência total de diálogos confere ao roteiro uma perigosa incursão no mundo da pantomima em plena década de 80, além de uma cuidadosa coreografia musical que realça o enfoque emocional de cada situação. A dramaturgia da fita depende exclusivamente da mise-en-scène, uma tarefa hiperarriscada!




A premissa é traçar uma retrospectiva da sociedade francesa, desde a década de 30 até o final dos anos 70, por meio dos figurinos e da trilha sonora. O elenco é sempre o mesmo, entretanto as músicas e a cenografia encarregam-se de nos ambientar em diferentes períodos históricos. Mais que isso, O Baile escreve uma esplêndida crônica dos relacionamentos humanos ao longo do século 20, tão saturado por mudanças comportamentais. O melindre no primeiro contato dos rapazes com as moças, no período do pré-guerra, dá lugar à exploração banal da sensualidade nos rituais modernos de paquera. Decotes ousados e pernas de fora deixam pra trás os ancestrais vestidos recatados e toda a sorte de acessórios.




Apesar das transformações mais visíveis, Scola deixa patente que o maior objetivo das pessoas é imutável: encontrar um parceiro. E qual melhor ambiente para falar disso do que uma pista de dança? O salão, as músicas e o gestual dos atores se mantêm como elemento figurativo da passagem do tempo, tal como a caricatura dos mais diversos tipos urbanos.


A multiplicidade de ritmos que invade O Baile garante à obra uma postura universal, muito além da história da França. Temos de tudo um pouco: clássicas baladas do começo do século passado, jazz, rumba, tango, rock’n roll, disco dance e até um samba de Ary Barroso (Aquarela do Brasil). Um pot-pourri e tanto! As músicas deixam de ser apenas um detalhe técnico para se tornarem personagens.



A consistência desse trabalho é comprovada pelo notável estudo dos atores unicamente pelas exterioridades, o que converte qualquer fala num item supérfluo. Existe, sim, o pano de fundo histórico — a queda da aristocracia, a invasão nazista, o milagre econômico, as rebeliões estudantis, etc. —, contudo O Baile se fia em especial na ampliação da linguagem cinematográfica, transcendendo as regras básicas da sétima arte, para fazer um panorama psicológico dos personagens pelo uso do corpo e seus movimentos. No balé de Scola, nenhuma palavra é pronunciada, porém muita coisa é dita.





TRILHA ORIGINAL

Le Bal (Trumpet - Pierre Dutour)



SEQUÊNCIA
Es plaisirs démodés (Charles Aznavour)



TRAILER
Et maintenant (Vladimir Cosma)





CARTAZES DO FILME 





                                                                                                   
O Baile (Le Bal), (1983)


SINOPSE
Através de um salão de dança, a narrativa dos acontecimentos políticos, como as Frentes Populares, Invasão Nazista, 2ª Guerra, Maio de 68, e culturais, com a entrada do Jazz, Rock e da Discomusic, que foram marcantes na França dos anos 30 aos anos 80. A ausencia de diálogos faz com que o diretor utilize da simbologia, juntamente com os personagens de comportamentos peculiares, para criar um ambiente que represente cada época.





ELENCO E FICHA TÉCNICA
(Actores do grupo de Théatre du Campagnol)

Elenco: Danielle Rochard, Étienne Guichard, Régis Bouquet, 
Francesco De Rosa, Arnault LeCarpentier, 
Liliane Delval, Martine Chauvin, Marc Berman
Genevieve Rey-Penchenat, Rossana Di Lorenzo
Gênero: Musical
Direção: Ettore Scola
Roteiro: Ettore Scola, Furio Furio Scarpelli, 
Jean-Claude Penchenat, Ruggero Maccari
Produção: Giorgio Silvagni
Fotografia: Ricardo Aronovich
Trilha Sonora: Vladimir Cosma
País de origem: França, Argélia e Itália






PRÊMIOS E INDICAÇÕES


Oscar 1984 (EUA)
Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro (representando a Argélia).


Festival de Berlim 1984 (Alemanha)
Recebeu o prêmio dos leitores do jornal Berliner Morgenpost
Ettore Scola recebeu o Urso de Prata.

Indicado ao Urso de Ouro.


Prêmio César 1984 (França) 
Venceu nas categorias de melhor diretor, de melhor filme francês (com À nos amours) e melhor música. 

Indicado na categoria de melhor fotografia (Ricardo Aronovich). 



David di Donatello 1984 (Itália) 
Venceu nas categorias de melhor filme (com E la nave va), melhor diretor, melhor edição e melhor música.






CURIOSIDADE

Le bal é uma adaptação que o Théatre du Campagnol tinha montado em Paris, e que com cerca de vinte e cinco actores, conseguiu compor cento e quarenta personagens. À ideia do espectáculo original, Scola foi acrescentando referências cinéfilas, em quadros que passam pelo realismo poético francês, pelo filme musical estadunidense, pelo neorealismo italiano e até pela presença de um actor com extraordinária semelhança com Jean Gabin.




2 de dezembro de 2014

O Show Deve Continuar (All That Jazz), (1979)





TRILHA ORIGINAL

 On Broadway - George Benson
Munido de uma trilha sonora de primeira grandeza, uma das primeiras canções do filme, considerada por muitos como sendo a mais marcante, é "On Broadway", onde Gideon escolhe o elenco de sua nova produção e dezenas de pessoas dançam ao som contagiante da canção.


O show deve continuar (All that jazz, 1979)

"É hora do show, pessoal!"

A frase acima, dita tantas vezes ao longo de "O show deve continuar", expressa com perfeição a experiência de se assistir ao filme - um show. O diretor Bob Fosse volta ao cinema sete anos após seu genial "Cabaret" com um musical semi auto-biográfico sobre os exageros cometidos em sua vida no show business.

Roy Scheider

O filme se abre com John Gideon (Roy Scheider), um diretor de cinema e peças de teatro, em seu começo de dia: uma fita no rádio (o filme foi feito antes do advento do CD) dá um tom operático a sua vida pontuada por excessos, demonstrado por pílulas espalhadas pelo banheiro e seu cigarro sempre na boca (inclusive no banho). A palavra que resumiria a vida de Gideon é simplesmente "excesso": trabalho em excesso (não que ele reclame disso, ele faz por prazer), mulheres em excesso, stress em excesso. Tamanhos exageros o levam a ser uma pessoa basicamente solitária e o fazem flirtar com a morte - interpretada no filme como uma bela mulher de branco por Jessica Lange.

O ponto mais comentado na comunidade de críticos é o fato do filme ser semi auto-biográfico, porém mesmo não sendo, ainda assim é um deleite a todos, independente de gostar de musicais ou não. Em "O show deve continuar", nenhum personagem pára o que está fazendo e começa a cantar (contrário a maioria dos musicais pré-anos 70). Todos os números de canto e dança aparecem em meio às alucinações ou imaginação de Gideon - de forma similar à forma em que foi feito, mais de 20 anos depois, em "Chicago" que, por sinal, foi criado por Fosse para a Broadway (o título original de "O show deve continuar" se refere à musica de abertura de "Chicago").


Uma das indicações do filme no Oscar de 1979 foi de melhor ator para Roy Scheider, e foi uma terrível injustiça o ator ter perdido a estatueta. Scheider era muito popular na década de 70, e estava presente no filme vencedor do Oscar de melhor filme de 1971 ("Operação França") e seu papel mais conhecido provavelmente é o chefe Brody de "Tubarão", porém nenhum desses papéis se compara ao John Gideon representado por Scheider em "O show deve continuar". Algo muito comum é assistir a um filme e pensar "Eu já vi esse ator/atriz em algum lugar", porém Scheider criou um personagem tão convincente, que nada lembra seus trabalhos anteriores, tornando sua interpretação um exemplo a ser seguido. É raro ver uma atuação que não é apenas uma pessoa recitando palavras, e sim um compromisso de corpo e alma, em que o ator na tela é uma encarnação de seu personagem, um ser tri-dimensional que permanece conosco após o filme e com quem é facil de se identificar de alguma forma.

Jessica Lange

Munido de uma trilha sonora de primeira grandeza, uma das primeiras canções do filme, considerada por muitos como sendo a mais marcante, é "On Broadway", onde Gideon escolhe o elenco de sua nova produção e dezenas de pessoas dançam ao som contagiante da canção. O resto das músicas são encaixadas no contexto do filme, e aquelas cujo conteúdo é mais relevante para o filme, são as que se passam na imaginação do diretor onde os outros personagens expressam suas idéias em forma de canto - a parte em que isso se exemplifica seria durante a cirurgia, em que assiste as mulheres de sua vida (a ex-esposa, filha e namorada) falam de seus erros para com elas. Mesmo depois dessa experiência, o personagem não muda e continua com seus excessos. Aparentemente, sua conduta é apenas uma forma de conquistar o anjo da morte e satisfazer seus desejos físicos. Seu adeus à vida é feito da forma mais condizente possível ao seu estilo de vida: em um mega-espetáculo com uma grande platéia e em um grande número musical e no fim dele ele vai de encontro à bela mulher que para ele representa a morte.


Uma das cenas mais memoráveis do filme é a apresentação de "Take off with us/Air-otica", uma demonstração magnífica da beleza do corpo humano em movimento. Nessa cena, Fosse esbanja seu estílo característico de coreografia, com movimentos sensuais sem nunca parecer vulgar, um exemplo a ser seguido por aqueles que se dizem cineastas mas não têm um pingo de estilo.

"O show deve continuar" é um filme vencedor, e diversas premiações ao redor do mundo o consagraram na época nas mais diversas áreas, e isso comprova que este é um filme extremamente bem feito em todos os aspectos. Como a premiação mais badalada é o Oscar, este entra na imensa lista de injustiças da premiação, sendo infinitamente superior ao vencedor do prêmio de melhor filme daquele ano (a saber: "Kramer versus Kramer") e em nível equivalente a outro concorrente, "Apocalypse now". Bob Fosse morreu jovem alguns anos após a conclusão desse filme, em mais um caso em que a vida imita a arte, nos privando de mais grandes obras de um grande diretor. Fosse pode ter ido embora cedo, mas todo seu sacrifício não foi em vão, e todo aquele jazz ficará imortalizado enquanto houverem pessoas de bom gosto de cinema.





CARTAZES DO FILME 























O Show Deve Continuar (All that jazz, 1979)

SINOPSE
Uma Obra de Arte! O Show deve Continuar é na verdade um relato semiautobiográfico da vida do elogiado escritor/diretor/coreógrafo, Bob Fosse. Por vezes trágica, e por outras, cômica, esta incrível análise da vida cheia de excessos de Bob Fosse no show business emociona neste musical vencedor de diversos Oscar.



ELENCO E FICHA TÉCNICA 
Elenco: Roy Scheider, Jessica Lange, 
Ann Reinking, Ben Vereen, Cliff Gorman, 
Erzsebet Foldi, Leland Palmer, 
Michael Tolan, 
Título Original: All That Jazz
Direção: Bob Fosse
Ano: 1979
Gênero: Musical e Drama
Origem e Ano: EUA - 1979
Roteiro: Robert Alan Aurthur e Bob Fosse
Baseado: Vida e ideia de Bob Fosse
Produção: Robert Alan Aurthur
Fotografia: Giuseppe Rotunno
Trilha Sonora: Ralph Burns



PRÊMIOS
OSCAR 1981 (EUA)
Melhor Edição:  Alan Heim 
Melhor Direção de Arte: Philip Rosenberg,
Tony Walton, Edward Stewart e Gary J. Brink 
Melhor Figurino:  Albert Wolsky 
Melhor Trilha Sonora (Adaptada): Ralph Burns

INDICAÇÃO
Melhor Filme
Melhor Diretor: Bob Fosse
Melhor Ator: Roy Scheider
Melhor Roteiro Original: Robert Alan Aurthur e Bob Fosse
Melhor Fotografia: Giuseppe Rotunno


BAFTA 1981 (Reino Unido)
Venceu nas categorias de melhor fotografia e melhor montagem.

Indicado nas categorias de Melhor Ator (Roy Scheider),
melhor figurino, melhor direção de arte e melhor som.

Festival de Cannes 1980 (França)
Ganhou a Palma de Ouro.

Prêmio Bodil 1981 (Dinamarca)
Venceu na categoria de melhor filme não-europeu.
Globo de Ouro
Indicado na categoria de melhor ator de cinema - comédia/musical (Roy Scheider).
Academia Japonesa de Cinema 1981 (Japão)
Venceu na categoria de melhor filme de língua estrangeira.

Prêmio Eddie 1980 (EUA)
Venceu na categoria de melhor edição em cinema. 




CURIOSIDADES
Em 1973 ganhou o Oscar de melhor diretor por "Cabaret", o Tony de melhor diretor por "Pippin" e o Emmy de melhor diretor por "Liza with a Z". É até hoje o único diretor a ganhar, no mesmo ano, os três principais prêmios de direção da indústria do entretenimento americana.  

O título original do filme é o nome de uma das canções mais conhecidas do musical da Broadway "Chicago", de autoria de Bob Fosse.
    
O ator originalmente escolhido para o papel de Gideon era Richard Dreyfuss, mas ele desistiu do filme pouco antes do início das filmagens.
   
The Stand-Up, o filme fictício dirigido por Gideon, simboliza Lenny, o filme anterior de Bob Fosse.
   
Este filme ocupa a 14ª colocação na Lista dos 25 Maiores Musicais Americanos de todos os tempos, idealizada pelo American Film Institute (AFI) e divulgada em 2006.