21 de outubro de 2014

Os Girassóis da Rússia, (1970)






TRILHA ORIGINAL
Sunflower (HENRY MANCINI)




Os Girassóis da Rússia (The Sunflowers - I Girasoli) - 1970 

Os Girassóis da Rússia, uma das mais belas histórias de amor do cinema. Dirigido pelo mestre Vittorio De Sica, este clássico romântico tornou-se um dos maiores sucessos da dupla Sophia Loren e Marcello Mastroianni. Emocione-se com a história de um casal separado pela Segunda Guerra. Após anos sem notícias, ela viaja para a Rússia em busca do marido, atravessando cidades e campos de girassóis. Quando enfim ela o encontra, percebe que algo mudou entre eles. Com linda fotografia do grande Giuseppe Rotunno e música inesquecível de Henry Mancini, Os Girassóis da Rússia é um filme indispensável.



Com um estilo próprio, o cineasta Vittorio de Sica, dirige este memorável filme que narra a saga de uma mulher apaixonada em busca do marido desaparecido no front durante a Segunda Guerra Mundial. De Sica (Duas Mulheres, de 1960) gosta de retratar os dramas da vida sem rodeios – não reveste a personagem daquele heroísmo que desperta no público a sensação de aparente imortalidade.


O drama é aberto com imagens de girassóis e ao som da marcante melodia de Henry Mancini, que propiciam um clima de renascimento e esperança, mesmo depois das cinzas da guerra e suas irrecuperáveis perdas. É neste ambiente que Giovanna (Sophia Loren – El Cid, de 1961) deixa a bela Itália e sai em busca de Antonio (Marcello Mastroianni), que, oficialmente, é dado como perdido (morto) nos campos da Rússia. Ela não cansa de repetir: “Ele está vivo.” E está. Na esperança de encontrá-lo, percorre belíssimas plantações de girassóis, que com suas flores amarelas cobrem o outrora campo de batalha, trazendo a superação da morte e unindo seres humanos que no passado se digladiaram.


Sophia Loren e Marcelo Mastroianni

Antonio foi salvo – estava ferido e congelando - por uma camponesa russa; justo ele, que era italiano e inimigo dos russos. A tragédia da guerra os une e passam a viver como marido e mulher em uma vila. O casal tem uma filha chamada Katya, que, em sua inocência, desmorona o castelo de Giovanna, quando esta, enfim, chega ao lar onde vive o tão buscado marido e escuta a pequena dizer: Buongiorno! Não precisava ouvir mais nada – o pai, sem dúvida, a ensinara a saudação em língua italiana.


Uma mulher sente quando tudo está perdido. O reencontro com Antonio é constrangedor, pois sua atual mulher Masha (Ludmila Savelyeva) o espera e, ao descer do trem, tenta beijá-la, mas é rejeitado; logo adiante está aquela que atravessou fronteiras em nome de um amor que acreditava perdurar no tempo. Os olhares se cruzam e aí já é tarde demais para um recomeço. Havia outra entre eles.


O amor de Giovanna foi posto à prova e ela não nos decepcionou. Aqui está a diferença de sentimentos – a maioria das mulheres busca um amor único e verdadeiro e os homens – grande parte – gostam de aventuras. É minha opinião e o filme me faz refletir sobre este ponto, sobretudo, quando Antonio não volta para sua mulher, mesmo tendo o caminho livre. Por que não voltou? O que falou mais alto? Talvez não a amasse ou se acomodou diante das circunstâncias. Os homens sempre encontram justificativas para suas fraquezas diante de situações amorosas – na hora de decidir, procrastinam o quanto o tempo permitir.



Decepcionada, Giovanna retorna para seu país e encontra um companheiro para tentar preencher o vácuo deixado pela perda do amado que ficou em terras estranhas. Sabemos e sentimos que ela jamais irá esquecê-lo, viverá para sempre das lembranças de um sentimento no qual acreditou, a que se entregou sem limites.

A razão a impede de sair em uma nova cruzada, pois, ao receber em sua casa a visita de seu ex-marido, recusa um convite para acompanhá-lo, quando diz: “... Tenho um filho ali dentro. E sua filhinha?... Não podemos esquecê-los..” A despedida na estação é marcada mais uma vez por um olhar distante; distância que o homem desejado não foi capaz de superar.


Girassóis... é uma elegia ao amor; um tributo aos amantes da sétima arte e um filme para jamais ser esquecido. Uma reflexão sobre os verdadeiros valores da vida a dois, dentre eles um dos mais sublimes: o juramento perante o altar; promessa esta quebrada por Antonio. O que restou do nosso amor ficou... No tempo esquecido por você... (Trecho da música Distância, de Roberto e Erasmo Carlos). 






CARTAZES DO FILME













Os Girassóis da Rússia (The Sunflowers - I Girasoli) - 1970 

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, Giovanna (Sophia Loren) se recusa a aceitar que o marido (Marcello Mastroianni) tenha morrido em combate na Rússia. Ela decide então viajar em busca de seu paradeiro. Em "Os Girassóis da Rússia", o italiano Vittorio De Sica (1901-1974) distancia-se do tipo de cinema que ajudou a formular no início da carreira, fase em que foi um dos pilares do movimento Neorrealista com filmes de estética despojada. Das paisagens russas (até então pouco vistas em produções ocidentais) à trilha sonora de Henry Mancini, passando pela presença de duas grandes estrelas do cinema italiano, “Os Girassóis da Rússia” carrega a marca dos espetáculos épicos e grandiosos.


ELENCO E FICHA TÉCNICA 
Elenco: Sophia Loren, Marcelo Mastroianni
Lyudmila Savelyeva, Mascia Galina
Andreyeva, Anna Carena
Diretor: Vittorio de Sica
Música: Henry Mancini
Gênero: Romance/Drama
País e Ano: Itália/União Soviética - 1970





Um comentário:

  1. Foi o primeiro filme romântico que assisti em minha vida, tinha por volta de doze ou treze anos quando passou num sábado a noite na TV. Foi impactante, chorei, me senti magoada por ela. Até hoje, estou com 53 anos, ou seja, quarenta anos depois, ainda me emociono com a cena do reencontro. Às vezes coloco no Youtube só aquela parte pra me deliciar com todo o romantismo e tristeza, as faces de Marcelo Mastroianni e Sofia Loren transmitem de forma impecável, na medida certa, toda a emoção do momento. A trilha sonora é um capítulo à parte, a música é perfeita, maravilhosamente marcante. Amo demais.

    ResponderExcluir